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Descrição objetiva e descrição subjetiva

Descrição objetiva e descrição subjetiva: visão comparativa e conceito de predominância

Enquanto a descrição objetiva pressupõe uma postura de distanciamento emocional do sujeito em relação ao objeto, o que lhe possibilita apreendê-lo através de um tipo de percepção mais exata, dimensional, a descrição subjetiva pressupõe uma postura de proximidade. Essa postura, por sua vez, implica que o sujeito descreve o objeto através de um tipo de percepção menos precisa e mais contaminada por suas emoções e opiniões.

É necessário colocar aqui uma observação fundamental para que se compreenda bem em que consistem ambos os tipos de descrição e, mais do que isso, qual a funcionalidade da distinção tendo em vista a produção desse tipo de texto.

Na verdade, não existem textos totalmente objetivos ou totalmente subjetivos, já que as noções de sujeito e objeto são interdependentes: é impossível imaginar tanto um objeto que independe do sujeito quanto um sujeito que independe do objeto; no limite, o primeiro caso corresponderia a pensar o mundo (objeto) sem o homem, e o segundo a pensar o homem (sujeito) sem o mundo.

Portanto, todo texto objetivo pressupõe uma presença, ainda que imperceptível, de subjetividade, e reciprocamente todo texto subjetivo pressupõe um mínimo de objetividade.

Podemos então usar o conceito de predominância para distingui-los, colocando de um lado, o lado da predominância da objetividade, os textos técnicos e científicos, e de outro, o lado da predominância da subjetividade, os textos literários.



Vejamos duas opiniões interessantes sobre o assunto:

"A descrição técnica apresenta, é claro, muitas das características gerais da literária, porém, nela se sublinha mais a precisão do vocabulário, a exatidão dos pormenores e a sobriedade da linguagem do que a elegância e os requisitos da expressividade lingüística. A descrição técnica deve esclarecer, convencendo; a literária deve impressionar, agradando. Uma traduz-se em objetividade; a outra sobrecarrega-se de tons afetivos. Uma é predominantemente denotativa; a outra, predominantemente conotativa".

(Othon M. Garcia - Cormunicação em Prosa Moderna - Rio de Janeiro. Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1996)

"A redação técnica é necessariamente objetiva quanto ao seu ponto de vista, mas uma objetividade completamente desapaixonada torna o trabalho de leitura penoso e enfadonho por levar o autor a apresentar os fatos em linguagem descolorida, sem a marca da sua personalidade. Opiniões pessoais, experiência pessoal, crenças, filosofias de vida e deduções são necessariamente subjetivas, não obstante constituem parte integrante de qualquer redação técnica meritória".

(Margaret Norgaard - citada por Othon M. Garcia - Comunicação em Prosa Moderna - Rio de Janeiro. Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1996)

Aspectos como este são importantes para estudar e perder o medo de escrever uma redação.