Recordando e comentando
Você já deve ter lido textos de ficção que causaram estranhamento em você, seja pelo tema,
pela maneira como o autor escreveu, ou qualquer outro motivo.
Se você puder, releia algum
desses textos.
Depois, escreva um pequeno comentário, tendo em mente a seguinte questão:
posso considerar esse texto que acabo de ler como um objeto artístico?
Por quê?
Aqueles textos, como qualquer outro objeto
artístico, não têm respostas prontas para nos
fornecer sobre qualquer assunto.
Por isso, ao
entrarmos em contato com eles, não conseguimos
ter uma compreensão imediata do que querem
dizer.
Ou seja: em um objeto artístico, não há uma
“única verdade” sendo construída.
O que se
constrói são possibilidades.
Voltemos a Machado de Assis e Clarice Lispector
e suas respectivas obras, citadas lá atrás.
A
primeira história, a do defunto-autor, nos coloca
essa possibilidade, entre outras: como poderia ser
o olhar de um morto sobre sua própria vida?
Como veríamos a nossa história se pudéssemos ter
esse olhar?
O que significaria a vida para nós?
Já a história do livro emprestado pode estar nos
perguntando: o que é a felicidade? Será que a
felicidade é uma sensação passageira, ou podemos
carregá-la pela vida afora?
Será que ter a
sensação de poder tudo não é o máximo de
felicidade que podemos ter concretamente?
Despertar nos outros a inquietude parece ser um
traço característico dos objetos artísticos, sejam
eles quais forem. Por este motivo é que devemos cada vez mais nos preparar para elaborar o tcc com antecedência. Nunca sabemos quais os imprevistos que virão no assolar, ou as atividades que nos serão cobradas no trabalho.
Outro traço comum é pressupor,
por parte de quem produz tais objetos, um grande
domínio das técnicas de seu ofício.
Afinal, se para
construir uma informação simples é preciso saber
como fazê-lo, que dizer de objetos que querem transmitir uma informação aberta, mas que precisa
se manter minimamente compreensível?
Só para sentir a dificuldade técnica de produzir
um objeto artístico, tente compor a letra para uma
música.
O assunto você escolhe.
Veja se é fácil
escrever uma letra com sentido, com frases bemarticuladas, que nos tragam à cabeça imagens
bonitas.
E A BELEZA?
ONDE É QUE FICA?
Você pode estar se perguntando a essa altura: “E a
beleza?
Uma obra de arte não tem que ser bonita?
A gente vê uns quadros por aí, parecem umas
tintas jogadas em cima da tela...
Será que isso é
arte? ”
Com certeza, muito do nosso estranhamento diante
de objetos artísticos vem daí.
Talvez este seja um
bom momento para retomar uma de nossas
questões iniciais: por que será que os professores,
no contexto escolar, trazem obras de arte para
estudar com seus alunos?
PARA ALÉM DA SALA DE AULA...
Se você mora em uma cidade ou perto de uma,
procure se lembrar de algum monumento
existente nela (pode ser uma fonte ou escultura na
praça).
Você classificaria esse objeto como uma
obra de arte?
Por quê?